terça-feira, 16 de outubro de 2007

Quem riu nas Satirianas por último riu melhor

A última vez que havíamos feito a peça do Márcio Américo, "O homem que queria ser Rita Cadilac", foi no Festival de Piracicaba e lá aconteceram algumas polêmicas como a da mulher (crítica de teatro) que não deixou que houvesse um debate depois da peça - não que eu goste de debates após peças de teatro, mas eu gosto de decidir se vou participar deles ou não. Lá, o público se mijou de rir literalmente, fomos aplaudidos em cena mais de uma vez e o pessoal que assistiu ficou para o debate. Eles queriam conhecer o elenco. A tal crítica não deixou.
Este final de semana, pela terceira vez, participamos com esta peça das "Satirianas", o festival que promove o grupo dos Sátiros todos os anos - nos dois sentidos. Todos sabem o que são as "Satirianas"-ponto- É uma festa do Teatro - ponto - Uma festa que acontece na coragem e na garra de centenas de atores que lá se apresentam sem receber sequer o dinheiro da cerveja. Este ano ela foi "um pouco" mais badalada, assim como os Sátiros estão mais badalados. Mas as condições para apresentação continuam as mesmas - atrasos enormes, poucos recursos técnicos, entrada gratuita, etc.. O que é bacana é justamente o fato de ser tudo meio na porrada e mesmo assim os artistas conseguirem se apresentar para pessoas que, se pagaram ou não, não importa agora, o que realmente importa é que as pessoas ficam até as quatro da madrugada para assistirem um grupo de atores dando o sangue, e para poderem desopilar seus fígados com alguma diversão que com certeza, será concedida de bandeja para eles.

Até aí tudo bem, tudo pela causa, pela causa cadilaquiana. Agora o duro é no outro dia ler um comentário que sendo eu generoso com o repórter Lucas Neves , chamaria de infeliz, mas como sou generoso somente com quem é generoso comigo, na verdade considero um comentário sacana, de um jornalista que foi lá apenas para fazer uma "matéria" e não preparado para fazer crítica, e que se meteu a conjecturar em cima das risadas escancaradas de todo o público (o público gargalhou, aplaudiu em cena duas vezes, e ele escreveu que "riu apenas pelo avançado da hora") somente para dar cabo da pauta que lhe coube cumprir em um fim de semana proloooooongaaaaado, quando na verdade poderia estar no Guaruja, rindo de coisas que ele realmente deve achar muito mais engraçadas do que uma peça de teatro de um bando de atores desconhecidos e que, do alto de sua Folha, ele pode conjecturar e bater covardemente à vontade, que ele sabe que não lhe trará maiores consequências.

Nessa, prefiro depois de ter suado bastante durante todo o espetáculo, dançar bolero às seis horas da manhã no Amistosas com o Xico Sá, que também escreve para esta tal Folha, e que se divertiu à vontade durante toda a apresentação porque foi lá para isso, assim como todo o restante da platéia.

Que tipo de gente é essa que não se permite soltar algumas gargalhadas vez em quando, ainda mais com um texto tão engraçado quanto este do Márcio Américo e com atores tão estranhamente carismáticos como o Marquinhos Arroba e o Wilton Andrade? Deve ser muito triste ter que assistir um espetáculo apenas para escrever uma matéria. Desse tipo de gente sim, dou risadas escancaradas.

8 comentários:

Pierre Masato disse...

Walter,
O Mário comentou a matéria desse individuo. Estamos até a tampa de "jornalistas" desse porte, não? Ando sem paciência pra gente idiota. Um Clássico como a montagem de vocês merecia temporadas e casas lotadas, o resto é comentário sem sentido de gente que nem deveria escrever na imprensa.
Forte Abraço e Saudades, meu Velho.

Batata disse...

Muita Pierre, muita saudade.
Eu só queria que o cara, não tendo gostado, simplesmente não escrevesse nada - afinal nossa peça não vende jornal e não paga publicidade para ele. Eu só queria que ele ficasse apenas naquilo que o jornal dele se compromete em vender - O Gerald, a Galisteu, e todo o resto da constelação. É que parece que tem que ter alguma coisa extra para contra-balancear e dar um ar de opinião "deixando" para os leitores, a tal da "análise comparativa".

Anônimo disse...

Fala Walter, se fosse uma peça global com atores mais famosos e até mesmo com menos talento, esse jornalista brocha teria feito uma matéria cheia de "viadices" e "puxa-saquices".
(não conheço muito sobre peças e jornalistas mas isso é o que imagino)
o importante é o reconhecimento do publico que riu em cena e aplaudiu bastante.
como você disse, o jornalista estava lá, mas com a cabeça em seus drinks no guaruja
abraçooo, aparece
vê se me avisa das peças pô

Anônimo disse...

Neves' dead, baby. Eu perguntaria pro mala: cu ou boquete?
abrazón
RB

Batata disse...

That's the question...
Rb é vc Bressane?
Grande abraço.

Batata disse...

Leandro, grande abraço moleque!
Dia 16/11 a gente estréia no Ruth Escobar. Aparece lá.

Valeu.

Márcio Américo disse...

o que posso dizer? se o publico se divertiu, ta de bom tamanho, a intenção era esta. Numa comedia, nao tem como enrolar, conjecturar, inventar reações invisiveis, numa comedia o riso é o termometro indiscutivel, se a plateia riu é porque entendeu o recado, e pelo que tenho ouvido falar, o publico tem constantemente entendido o recado da peça, entao, fodas-e o tal critico, como dizia Millor, o critico é só um impotente tentando estragar o orgasmo alheio... e infelismente, para este "jornalista" ainda nao inventeram o viagra estético.
abraço e a parabens a todos.

Batata disse...

Pois é Marcião, o termômetro tá no riso. Eu sei disso. O que eu nunca tinha visto é alguém conjecturar em cima do riso de uma platéia. foi por isso que eu resolvi escrever falando da matéria desse cara.
Grande abraço, velho.