terça-feira, 3 de abril de 2007

Felizes Para Sempre











Mário Bortolotto e Fernanda D'umbra

Felizes Para Sempre


Então, começa hoje. Parece que a Bárbara Paz melhorou de seu problema na garganta e vai poder fazer. Não é fácil fazer peça no porão, principalmente para quem tá mal da garganta. Os caras - sempre eles, os donos da bola - fizeram uma reforma na sala Adhemar Guerra, o vulgo Porão do Centro Cultural São Paulo. Ficou horrível. Parede onde não deveria ter, um elevador que fala durante o espetáculo e que ninguém sabe onde vai dar, tomadas por todos os lados, um hidrante ... no teto - preciso achar um bombeiro que me explique o que é isso - entre outras coisas inteligentes. Mas o que mais é foda é o pó, a poeira. Os caras rasparam o chão e não colocaram nenhuma resina. Nada resolve. Não adianta molhar, varrer ou fazer seja lá o que for que não seja passar a resina. Estamos todos ficando doentes. Estamos todos ficando sem voz. Que a Bárbara tenha realmente melhorado de seu problema na garganta. Não é qualquer ator que faz peça lá no porão. A Bárbara já fez. Há muito tempo. Não conheço ela. Só sei que antes da Casa dos Artistas ou das novelas do SBT, ela já era do Felizes Para Sempre.

FELIZES PARA SEMPRE

Texto e Direção : Mário Bortolotto
Speak Easy
Com Barbara Paz e Nelson Peres

O Rei do Amor está morto
com Chris Couto e Marcos Cesana

Sweet Emily
com Fernanda D´Umbra e Mário Bortolotto

Sonoplastia e Iluminação : Mário Bortolotto
Operação Técnica : Marcelo Montenegro
Cenotécnica : Régis "NêgaDete" dos Santos
Produção : Fernanda D´Umbra
Assist. de Produção : Paulo F
Terça e quarta : 21h
Centro Cultural São Paulo (Porão / Sala Ademar Guerra)
Rua Vergueiro, 1.000 (Metrô Vergueiro)
Ingressos R$ 15
Até dia 11/04

É Páscoa né? Nossa ...

É lógico que eu quero alguma grana. O tanto que me é caro e doído. O suficiente pra beber com os amigos. O suficiente pra subir com um chicabom de palito e deixar minha mulher feliz. Você pode até pensar que to reclamando ou que to chorando. E dai? Poderia berrar e ainda assim teria razão. Não se trata de indelicadeza ou falta de cooperação. Se trata de grana pra cerveja, pro rango ou pro buzão.
É claro que isso não importa nada. É claro que faço o que faço, e faço o que faço com o maior prazer. Não é só comigo. Apenas estou escrevendo aqui o quê ninguém mais aguenta falar ou ver: Falta de grana.Mas voltando, não importa nada. Vou empurrando com a barriga, como sempre. Contando com a grana dos que me cercam e que não me perguntam nada, e nem mesmo por quê. Queria assar com eles, uma corvina, ferver uma panela de arroz e um molho de alcaparras, pra comer tomando com vinho no feriado, antes do fim de semana. Pode ser que eu pesque naquele lago, aquele, lá de Bragança, onde pais levam seus filhos pra pescar o quê comer, como faziam meus pais e meus tios no rio Paraíba, lá no alto do Rio de Janeiro. Pode ser que eu peça ao peixeiro pra pregar pra semana e pode ser que ele pendure para o ano inteiro. Ele gosta de mim. Pode ser que eu vá pra casa de meus pais e faça paçoca, como fazia meu avô, muito antes dos ovos de Páscoa. É, acho que é isso. Vou fazer paçoca, para mim e para os meus. Vou socar paçoca até o dia amanhecer.