É lógico que eu quero alguma grana. O tanto que me é caro e doído. O suficiente pra beber com os amigos. O suficiente pra subir com um chicabom de palito e deixar minha mulher feliz. Você pode até pensar que to reclamando ou que to chorando. E dai? Poderia berrar e ainda assim teria razão. Não se trata de indelicadeza ou falta de cooperação. Se trata de grana pra cerveja, pro rango ou pro buzão.
É claro que isso não importa nada. É claro que faço o que faço, e faço o que faço com o maior prazer. Não é só comigo. Apenas estou escrevendo aqui o quê ninguém mais aguenta falar ou ver: Falta de grana.Mas voltando, não importa nada. Vou empurrando com a barriga, como sempre. Contando com a grana dos que me cercam e que não me perguntam nada, e nem mesmo por quê. Queria assar com eles, uma corvina, ferver uma panela de arroz e um molho de alcaparras, pra comer tomando com vinho no feriado, antes do fim de semana. Pode ser que eu pesque naquele lago, aquele, lá de Bragança, onde pais levam seus filhos pra pescar o quê comer, como faziam meus pais e meus tios no rio Paraíba, lá no alto do Rio de Janeiro. Pode ser que eu peça ao peixeiro pra pregar pra semana e pode ser que ele pendure para o ano inteiro. Ele gosta de mim. Pode ser que eu vá pra casa de meus pais e faça paçoca, como fazia meu avô, muito antes dos ovos de Páscoa. É, acho que é isso. Vou fazer paçoca, para mim e para os meus. Vou socar paçoca até o dia amanhecer.
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4 comentários:
Humm, paçoca...
Pois é Carola, e eu faço uma receita que foi meu avô, que já se foi, que ensinou. Lembranças de quando não tinhamos ovos de chocolate na páscoa.
Vi na Carola, o seu blog, lindo texto da páscoa, triste falta de dinheiro, tudo fica ruim. O chicabom tem mais de cinquenta anos e ainda é campeão, desejo melhoras. Um beijo.
É o chicabom ainda é o campeão. Beijo e valeu.
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