segunda-feira, 22 de novembro de 2010

OTIMISMO POR PIERRE MASATO

Um Bom Motivo para ser Otimista

Houve um tempo na Pc Roosevelt onde o lugar para beber era o La Barca. Naquela época eu chegava sozinho (ninguém me conhecia, só o Mário e mais uns dois ou três Amigos) e bebia uma cerveja ou um conhaque tranqüilamente.
Numa noite qualquer um rapaz me ofereceu uma rifa. Eu não compro rifas, mas o cara era simpático e me convenceu que a rifa era destinada a produção de uma peça. Não acreditei muito na estória. No entanto, o menino sempre me vendia rifas, eu sempre comprava pensando em pra onde a grana estava indo... o nome desse rapaz é Didio Perini.
Um tempo depois descobri que existia o Teatro da Curva, então fui ver os textos do Marião que eles montaram, o trabalho deles com a Fernanda D'Umbra e depois com o Batata nas terças Teatrale (acho que era esse o nome).
Esse prelúdio todo pra falar que na 3a Feira passada assisti a montagem do Otimismo, adaptação do livro do Voltaire. O humor e o sarcasmo próprios as desventuras do personagem principal são encenados com um tempo perfeito, uma pegada pop, um riso solto na platéia em situações de cartum. Pegaram um texto que tinha grande possibilidade de ser chato e conseguiram criar uma peça muito engraçada.
No elenco de jovens atores talentosos, eu conhecia a Flávia Tápias, Mariana Blanski, Celso Melez, Didio Perini e Walter “Batata” Figueiredo (não tão jovem). A grata surpresa foram o Ricardo Gelli, Leandro D'Errico e Tadeu Pinheiro. O Ralph Maizza como diretor foi outra boa novidade.
O teatro é das artes, talvez, a mais falada e a menos vista. Eu não tenho muito otimismo em relação ao futuro do teatro, na verdade, não sou otimista em relação ao futuro da humanidade.
No entanto, quando vejo que existem esses Caras do Teatro da Curva, que não se deixam abater por uma merda como foi o ocorrido na ida a inglaterra (Jean Charles não recomendaria uma visita), que montam suas peças com garra e carinho; Bem, quando vejo uma peça bacana, divertida pacas, como esse Otimismo, confesso que me trai um sentimento de esperança.
Porque se eu comprei aquelas rifas e os Meninos estão mandando bem, então nem tudo deve estar perdido.


Mais do Pierre? http://speakeasiesjukebox.blogspot.com/

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Cucarachas

Percebi o tratamento que nos seria dispensado assim que o avião ligou suas turbinas. Duas aeromoças passaram rapidamente pelo corredor apertando um spray sobre nossas narinas e antenas de barata enquanto outra informava pelo sistema de som, o porquê da pulverização. Dedetização. Estávamos sendo dedetizados. É a lei, os ingleses não querem se contaminar com nossas doenças tropicais. Ok! Vamos lá. Eles devem ter os seus motivos, afinal somos nós os estrangeiros, digo, macacos amestrados que aceitamos o convite - veja bem, o CONVITE - para irmos lá apresentar nosso número de teatro.
Pedi um wiski e tentei acomodar meus 116 kgs de ossos e gordura - muito mais gordura do que ossos - na pequena poltrona da aeronave. Selecionei Johnny e June no canal de filmes enquanto o avião ainda decolava. Não imaginava o que aconteceria depois das onze horas de vôo, quando desembarcássemos na London London dos verdes campos do Bivar.
Passaporte na mão, dinheiro no bolso, cartão de crédito e carta convite do festival dentro da pasta junto com outros documentos que provavam o local de estadia, o tempo e os motivos de nossa breve visita à terra da rainha.
- Ualter, it’s your name? Yes, respondi lembrando-me da maneira como as sobrinhas da Ana brincam comigo quando a gente se encontra. E lá se foram todos os meus documentos junto com o oficial de imigração. Os meus e de outros oito atores envolvidos com o espetáculo OTIMISMO. “É de praxe!” Disse nosso colega e tradutor Leandro D’errico. Não sabíamos que estávamos entrando na fila do matadouro. Era apenas a primeira campainha de nosso drama.
O que faz um grupo de dez pessoas trabalhar por meses para ir se apresentar em uma terra distante, onde não serão bem vindos? O que faz esses caras juntarem suas economias, fazerem dívidas, envolverem parentes e amigos em uma empreitada completamente sem importância para aqueles que realmente decidem o destino de uma dezena de cucarachas? É o que estou me perguntando até agora, na frente desse computador. Inocência? Não sei. Petulância? Talvez. Ainda vou me perguntar muitas vezes isso, igualzinho como me pergunto o que estou fazendo ali, na coxia, antes de entrar em uma cena.
Os ingleses são realmente cordiais e educados. Sorrisos, piadinhas, nos deixaram à vontade enquanto na verdade, estavam nos impedindo de dar um simples telefonema. Não sabíamos que a essa hora nossa produtora em solo Londrino, a Verana, tentava de todas as formas conversar com a imigração, com a direção do festival, com o consulado. Não sabíamos, mas já estávamos voltando para casa.
A segunda campainha tocou quando eles nos levaram para acompanhar a vistoria em nossas bagagens. “È normal, eles fazem isso com todo mundo” OK! Não entendi muito bem quando o fiscal da imigração perguntou se poderíamos traduzir para ele o que estava escrito em uma carta escrita pela minha mãe para mim e que ele havia encontrado em minha bagagem de mão. Sorriu ao ouvir o que a carta dizia. Coisas de mãe para filho. Não vi problema em traduzir para ele, afinal ele também devia possuir uma mãe. Dissimulação ou será que aquela carta poderia ser um mirabolante plano terrorista ou uma mensagem cifrada da Al Qaeda?
Após a revista geral a constatação. Não estávamos portando nenhuma bomba, não possuíamos armas, esplosivos. Não havia sequer uma bagana de maconha ou uma troxinha de cocaína. Só pode ter sido por causa dos malabares do Tadeu, ou o acordeom do Leandro, talvez meu figurino de velha sem bunda. Essas coisas devem realmente ter chamado a atenção da imigração. Então finalmente soou o terceiro sinal.
Em fila indiana fomos levados para uma sala com trava eletrônica e seguranças por todos os lados. Nos ficharam, fotografaram, nos puseram para tocar o piano, nos revistaram e por fim informaram que nosso vôo partiria em meia-hora e que nossos passaportes seriam devolvidos pelo comandante da aeronave. Só então me toquei que haviam se passado sete horas desde que o avião pousou e que as próximas onze horas de viagem seriam pouco para que eu conseguisse assimilar tudo o que havia acontecido e tudo o que isso significará para mim durante minha vida.
Por hora, quero apenas pegar um ônibus e tomar um banho de mar em alguma praia do litoral paulista. Depois pretendo fazer disso uma grande piada. É isso.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

RADIOCONTO

O QUE ESTA ESCRITO NA FITA NÃO É O QUE TA GRAVADO.
de Marcelo Montenegro

com Didio Perini, Ralph Maizza e Wilton Andrade.




Adaptação e direção : Walter Figueiredo.
Produção: Peterson Queiroz e Walter Figueiredo.
Gravaçao: Cláudio Pagé e Alexandre Kaimer.
Edição, sonoplastia e efeitos sonoros: Cláudio Pagé, Alexandre Kaimer e Walter Figueiredo.

gravado nos estúdios do
CIDADÃO DO MUNDO ARTE E CULTURA
PROJETO ABC DO SOM - junho de 2010
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sábado, 19 de junho de 2010

RADIO BATATA divulga:



PIERRE MASATO


JARBAS CAPUSSO


Os caras foram lá no Cidadão do Mundo gravar os poemas. Aproveitei e fiz a brincadeira com o áudio. Só pra dar um gostinho do que vai rolar na terça-feira 22 lá no lançamento do "PESO PENA".

É isso!

sábado, 5 de junho de 2010

RADIO BATATA apresenta:




É só um tira-gosto da adaptação do conto "O que ta escrito na fita não é o que ta gravado" do Marcelo Montenegro que eu produzi e dirigi lá no Cidadão do Mundo.

Em breve será lançado oficialmente para o mundo no site do Cidadão.

sábado, 29 de maio de 2010

RÁDIO BATATA apresenta:

BALADA SANGRENTA de André Kitagawa. Direção: Walter Figueiredo




http://www.kitagawa.com.br

O radioconto "BALADA SANGRENTA" foi uma das produções dos cursistas das oficinas de webradio do "Cidadão do Mundo Arte e Cultura" realizadas em 2009 em São Caetano do Sul, da qual fui educador. A adaptação da Hq "Balada Sangrenta" se deu por gestão participativa e com o objetivo de experimentar em grupo, o processo de transmutação de linguagens. Um dos grandes desafios enfrentado pelo grupo foi a construção de uma paisagem sonora fiel aos ambientes criados por André Kitagawa em sua Hq.
A idéia de um radioconto é conduzir o ouvinte por uma viagem imagética a partir de sua própria percepção sonora. Para aqueles que conhecem a HQ ou que assistiram a adaptação de "Chapa Quente" feita por Mario Bortolotto para o teatro, essa viagem pode proporcionar uma mistura infinita de imagens. Para aqueles que não tiveram nenhuma relação anterior com a história, as imagens se formarão a partir do contato auditivo com a interpretação do texto e com os efeitos e ruídos produzidos, aguçando diretamente suas memórias afetivas. Em ambos os casos o resultado pode ser muito intrigante. Cabe a vocês o julgamento!

Ouvidos bem abertos e boa audição! Um abraço, Batata.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

RÁDIO BATATA



EM BREVE - RADIOCONTOS, ENTREVISTAS E OUTRAS COSITAS MAS.

terça-feira, 25 de maio de 2010

CHURRASCO NA COPA



Como boa parte dos amigos já sabem, o espetáculo "Otimismo" do qual faço parte do elenco, participará do Candem Fringe Festival em Londres, no mês de agosto. Este evento também servirá para colaborar com a produção da viagem.

Por hora é isso!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

11 GOLS

Que seleção, brasileira ou não, fez tantos golaços em uma só edição de copa do mundo? Preciso responder?
Ps - O som do bg é meio brega, mas vale uma olhada.



Quatro destes estão entre os 50 mais bonitos de todas as copas. Os dois do Éder, o primeiro do Sócrates contra a Russia e o de voleio do Zico.